Rodrigo Capella
Muito se tem falado em que o déficit de leitura no Brasil só pode ser solucionado com um maciço investimento em alfabetização, vindo de iniciativas privadas ou públicas. Puro engano. Ensinar as pessoas a escrever os respectivos nomes não contribui para o aumento dos livros lidos.
Precisamos, sim, de um programa baseado no conceito de letramento. Justificando: a pessoa toma gosto pela leitura somente quando entende o que está lendo e constrói mentalmente os cenários descritos, envolvendo-se com cada uma das páginas, letra a letra. Esse contexto, embora óbvio e essencial, está presente em menos de 10% das escolas e universidades brasileiras, segundo dados que obtive junto a profissionais dessa área.
Para viver com eles
A explicação: na maioria das instituições, crianças e adolescentes são submetidos a tarefas desgastantes, principalmente a de ler livros difíceis e, posteriormente, realizar uma prova sobre a história, conflitos e personagens apresentados. Atividades como essa contribuem e muito para que, infelizmente, leitores traumatizados e angustiados se afastem definitivamente dos livros, por melhor que esses sejam. Fica claro, então, que a leitura, seja ela em âmbito escolar ou familiar, não deve ser obrigatória, e sim estimulada a todo instante.
Uma alternativa é deixarmos de lado as normas existentes e desenvolvermos atividades associadas ao letramento, apresentado anteriormente. O método: professores e pais criam tarefas educacionais, como por exemplo, a encenação de um trecho do livro, e mostram, para as crianças e adolescentes, que a leitura é importante para despertar a criatividade, enriquecer o vocabulário, escrever-se corretamente e até mesmo construir novas amizades.
Com essa postura, formamos leitores interessados em ultrapassar as fronteiras do conhecimento, em traçar metas ousadas e em devorar Machado de Assis, Sir Arthur Conan Doyle e as mais complicadas obras de Gabriel García Márquez. E o melhor: quem se apega aos livros, dificilmente consegue viver sem eles.
Eduardo,
ResponderExcluirExcelente postagem, eu fico impressionado no dia-a-dia, como graduados têm tanta dificuldade de compreenderem um texto de humor refinado, uma piada mais sutil, um texto mais complexo, seja por falta de pré-requisitos culturais, seja por falta de capacidade associativa. A grande maioria não é capacitada no pensamento não-linear.
Ou seja, ler lê, mas pouco compreende do que não orbita sua área de atuação!
Fui claro? Ou tão nebuloso como penso ser sempre?
?:0)
Um abraço!
Carlos Kurare
"Penso assim... Prefiro escrever errado a calar certo!"
Carlos Kurare
Eduardo
ResponderExcluirO Brasil precisa de leitores
Portugal também
Gasta-se muito em tabaco mas para ler...os livros são caros
O mundo é assim
Um beijo
Concordo. Muitos podem ser os caminhos. Penso que este seja um dos.
ResponderExcluirFato é fato e de fato algo há de ser feito, senão fatalmente haverá um decréscimo de conhecimento via letras.
Letras escritas e não lidas são inúteis.
É isso. Não estamos lendo e nem sendo lidos.
Interessante que também escrevi algo ontem sobre os livros...
Link:
http://bibliaearte.blogspot.com/2011/08/nos-e-os-livros.html.
Att.,
Profº Francisco Netto